quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

TROVAS ARQUIVO

TROVAS COM RIMAS ENCADEADAS OU INTERNAS

Já serena desce a tarde
Já não arde o sol formoso
Vem saudoso o brando vento
Doce alento respirar (Autor desconhecido)
&
No final de linda tarde
o sol arde, fico triste.
Mesmo com tanta beleza
a rudeza em mim resiste.
Lucimar Gomes Molina - SP

OBS.: MEUS IRMAOS, dando continuidade ao espírito da matéria do Gilberto, queria convidar todos a reunir aqui o máximo de trovas com rimas ENCADEADAS IU INTERNAS, como estás acima e assim organizarmos uma coleção. Conto com todos!
11/02/18, 16:16 - Você alterou a imagem deste grupo
14/02/18, 08:17 - Antonio Cabral Filho: *FILIPETA DE TROVAS*
&
Maria de todos nós,
a mãe de nosso senhor,
dá que ouçamos sua voz
neste mundo sem amor.
&
CASA GRANDE nos assombra,
na cidade é cidadela,
projetada sua sombra,
SENZALA vira FAVELA.
&
Tô cá nas Minas Gerais,
como faz o bom mineiro,
tentando encontrar o cais
pra ser um bom brasileiro.
Antônio Cabral Filho – RJ




















128
Feliz de quem a cabeça
Não possui superstição,
Nem sofre a cegueira espessa
De quem crê por indução.

129
Saúde e paz, meu irmão,
É meu lema preferido,
Mas digo de coração:
Não é isso que tenho ouvido.
130
Ser o primeiro ou segundo
Não é minha preocupação.
Quero ser quem foi mais fundo
E moa em seu coração.
131
Parar em qualquer lugar
Qualquer um pode parar,
Mas eu só quero chegar
No Lago Paranoá.
132
A viagem divinal
Em teus lábios comecei,
Em teus seios derrapei
E encontrei logo o final.
133
Há quem creia que as catástrofes
Sejam táticas de Deus
Para deter filhos seus
Antes que se tornem trastes.
134
Inútil que alguém me avise
Do que vem aí à frente,
Por mais que a palavra crise
Intimide a quem lhe enfrente.
135
Quem desconhece a história
Se sujeita a repeti-la,
Mas só a razão ilusória
Leva o sujeito à matilha.
136
Lavrador e escritor
Comungam razões de orgulho,
Pois transcendem de fervor
No 25 de julho.
137
Para destruir Canudos,
Coronel Moreira Cesar
Devia ser bem cornudo,
Ou ateu que odeia reza.
138
Foi Prudente de Morais
Um assassino covarde,
Velou Canudos em ais
Às quatro horas da tarde.
139
Todos cantam suas deusas,
Também vou cantar as minhas;
Tantas neusas, tontas creusas
Mesmo que sejam galinhas.
140
Negras e louras encantam,
Ninguém vai duvidar disso,
Mas as morenas desbancam
Quem questiona tal feitiço.
141
Quero agradecer a “ deixa “:
Negra e loura são demais,
Mas uma morena gueixa
Arrebenta no que faz.
142
Eu sei que a negra é demais,
Que a loura ninguém agüenta,
Mas a morena arrebenta
Em tudo que pensa e faz.
143
Foi em 26 de junho
Do ano  de 68,
Eu lá de bandeira em punho
Feliz, comendo biscoito.
144
Cordel e luta de classes
São como casal de amantes,
Se orgulham das duas faces
E dos conflitos constantes.
145
Eu sou feliz pra dedéu,
Mais do que pinto no lixo,
Me sujo todo de mel
E por isso nem me lixo.
146
Todos cantam sua terra,
Também vou cantar a minha,
Mas canto nenhum encerra
Seus encantos de rainha.
147
Minha jangada no rio,
À mercê da correnteza,
Leva medo e calafrio
De quem caça sem nobreza.
148
Contar dinheiro dá branco,
Mas quando a cabeça enguiça
Perante o caixa do banco,
Eu grito “Ai, mas que preguiça!”
*